Morrer de tanto viver ou Death by Living é o título do livro de Nathan D. Wilson. E que livro!
Com escrita extremamente simples e narrações de acontecimentos extremamente normais do seu cotidiano - alguns inusitados - Nathan faz rir, chorar e, principalmente, faz refletir.
Faz refletir sobre nossa história e, com ela, o que veio antes de nós. O que nossos avôs passaram e lutaram. Em que contexto viveram... O que nossos pais experimentaram e escolheram. Como se conheceram...
Faz refletir também sobre o que nós já vivemos. Nossa infância, nossa adolescência, nosso ontem, nosso hoje de manhã, todo nosso passado, mas também, nosso agora.
Apesar de estar sempre olhando para trás e resgatando histórias, dá para perceber que o agora é o tempo principal na trama de Nathan, pois ao olhar para trás ele apenas faz entender quão valioso é o que temos nas mãos. Temos um novo papel em branco a cada luz da manhã. Junto a ele, uma caneta para escrever nossas falas, nossos olhares, nossas ações, nossas reações, nosso script.
Gosto de pensar que a caneta e o papel foram presentes confiados a nós pelo Criador. Não que Ele não tenha nos designado desde a fundação do mundo e nos escolhido para a narrativa que Ele mesmo planejou para nós desde o ventre de nossa mãe. Mas, em todo tempo o livro me fez pensar na responsabilidade humana que Ele nos atribuiu. Em especial, a responsabilidade humana por nossas próprias vidas e pelas vidas que Ele nos confiou: nossas famílias.
O ser mais criativo do Universo, que Ele mesmo planejou tão lindamente, concedeu-nos muita criatividade e liberdade para passarmos por esse breve período de tempo determinado aqui. Viver tanto a ponto de morrer de tanto viver é gastar cada linha do papel e escrever com letra bem pequeninha para caber tudo. É esbanjar o presente - com toda a moderação e consciência cristãs.
Vida. Morte. Duas graças concedidas por Ele, que sabe o fim desde o começo, que vai fazendo o Seu trabalho enquanto escrevemos apenas parte do que podemos ver. Que presenteia e toma o presente de volta para devolver um ainda melhor. O mínimo que Ele espera de nós é aquela alegria de desembrulhar o pacote e aquele baita abraço de gratidão.
Obrigada, Pai,
pelo amigo que veio me presentear
e pelo presente.
"Beba seu vinho. Chore de rir. Acumule os momentos com gratidão. Esteja tão vazio quanto puder quando o relógio parar. Gaste sua vida. E, se o tempo é um rio, que você deixe um rastro."
Nathan D. Wilson em Morrer de tanto viver.