Perdi a conta de quantas vezes alguém me pediu dinheiro na estação de ônibus esse mês. Também perdi a conta de quantos vendedores ambulantes tentaram me vender algum produto nos ônibus esse mês. Num desses dias, parei para pensar o que levava aquelas pessoas a criarem coragem, todo dia, para pedir grana ou contar com favores de motorista a donos de lojas a fim de conseguirem vender suas mercadorias e conseguirem grana.
Minha indagação tentei responder com o tradicional argumento que culpabiliza, é claro, o Estado. Mas, depois, eu pensei em quem seriam aquelas pessoas. Será que não tiveram mesmo nenhuma oportunidade boa na vida? Será que não haveria outra alternativa? Será que se acostumaram a dependerem daquele tipo de ajuda e, por isso, não procuravam algo melhor? Será que perderam todas as esperanças? Será que nunca esperaram nada?
Enquanto pensava essas coisas, surgia uma vontade imensa de encaixar o Estado e a corrupção dos poderosos desse país na minha explicação, mas eu não conseguia...
Estou meio cansada de encontrar um culpado para os males do mundo. Cansada de desacreditar tanto, quer seja no sistema ou nas pessoas que compõem o sistema, ou ainda, nas pessoas, em geral.
Sobre esse aprendizado, bem, meu ano letivo nem começou oficialmente, mas, esse mês, tive dois privilégios. Foram o meu destino após as longas viagens pensantes de ônibus: conheci dois professores maravilhosos de disciplinas de conteúdos muito construtivos. Sem dúvidas, eles contribuíram para minha formação, e, no contexto desse texto, contribuíram para que eu tenha mais esperança na vida/nas pessoas e me preocupe mais com fazer a minha parte.
Estou meio cansada de encontrar um culpado para os males do mundo. Cansada de desacreditar tanto, quer seja no sistema ou nas pessoas que compõem o sistema, ou ainda, nas pessoas, em geral.
Sobre esse aprendizado, bem, meu ano letivo nem começou oficialmente, mas, esse mês, tive dois privilégios. Foram o meu destino após as longas viagens pensantes de ônibus: conheci dois professores maravilhosos de disciplinas de conteúdos muito construtivos. Sem dúvidas, eles contribuíram para minha formação, e, no contexto desse texto, contribuíram para que eu tenha mais esperança na vida/nas pessoas e me preocupe mais com fazer a minha parte.
Estou entendendo que a vida é essa selva de pedra. Enquanto luto para estudar e crescer intelectualmente, alguém luta para sobreviver, literalmente. Alguém luta para dar o leite para o filho ou comprar o almoço, que pode ser a única refeição do dia. E, é totalmente provável que sejam verdadeiros aqueles discursos "não quero incomodar o conforto da sua viagem, mas preciso de grana pra pagar o médico. Se puder ajudar...".
O fato é que não tem para onde correr. No fim das contas, não tem um lugar no mundo tão melhor assim, sem as dificuldades da vida e sem as injustiças sociais também. Não sei quais são todos os motivos e não tenho todas as explicações. Mais do que isso, não vou resolver nada com tanta explicação. O que sei e quero me importar é com o fato de que está todo mundo aí, lutando. Criando coragem, todo dia, para lutar por algo. A mim, cabe o mais digno e cidadão papel de encontrar outro lutador para defender, ao invés de outro culpado para atacar. Que seja essa a minha escolha esse ano.
Aos meus professores desse verão.
A Deus, meu mestre e defensor.
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